Índice
- Atividade física e câncer inflamatório: o que realmente está em jogo 🧬
- O estudo que abalou o tema: até um terço das mortes evitáveis 🧪
- Inflamação, imunossenescência e defesas “velhas”: o que acontece com seu sistema imunológico 🧫
- Quanta atividade física você precisa para reduzir o risco de câncer? 🎯
- Como passar de vida sedentária a corpo em movimento sem morrer na tentativa 🚶♀️💼
- O que eu vejo em consulta: quando o movimento muda a história 🧠❤️
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O dado que dá título a tudo isso é brutal: entre o
26% e 34% das mortes oncológicas ligadas à inflamação podem ser evitadas com atividade física suficiente. E sim, você leu bem: estamos falando de prevenção real, não de um detalhe menor.
A boa notícia: seu corpo quer te ajudar.
A má: seu sofá não.
Vamos por partes.
Atividade física e câncer inflamatório: o que realmente está em jogo 🧬
Os pesquisadores da
Segunda Universidade Militar Médica de Xangai, junto com outros centros chineses, analisaram algo chave:
qual é a relação entre
sedentarismo, inflamação crônica, sistema imunológico e câncer?
Encontraram que:
- A vida sedentária aumenta o risco de tumores ligados à inflamação.
- O sedentarismo também enfraquece o sistema imunológico.
- O exercício regular reduz o risco de certos cânceres e ajuda suas defesas a funcionarem como se fossem mais jovens.
Em termos simples:
se você passa o dia sentado, seu corpo vive numa espécie de incêndio de baixa intensidade, uma inflamação constante. Essa inflamação abre a porta a muitos tipos de câncer.
Quando você se move, apaga parte desse fogo interno, suas defesas se ativam e seu organismo fica menos amigável para as células malignas.
Como nutricionista e psicóloga vejo isso constantemente:
pessoas que mudam seu ambiente mental e físico quando começam a se mover. Menos inflamação, menos depressão, sono melhor, menos ansiedade por comida. Tudo se conecta.
O estudo que abalou o tema: até um terço das mortes evitáveis 🧪
O trabalho, publicado em
Cell Reports Medicine, combinou várias coisas:
- Grandes bases de dados populacionais do Reino Unido e Estados Unidos.
- Experimentos controlados com ratos e hamsters.
- Análises de sangue, órgãos do sistema imunológico e rotinas de exercício aeróbico.
Conclusão geral?
- Pessoas ativas apresentam menos cânceres associados à inflamação.
- Também registram menor mortalidade por esses tumores.
- Entre 26% e 34% das mortes por câncer ligado à inflamação poderiam ser evitadas se as pessoas fizessem atividade física suficiente.
Dado que me deixou gelada quando li o estudo:
os autores apontam que
essa prevenção supera, em termos globais, a eficácia de muitas terapias dirigidas e até de parte da imunoterapia atual.
Ou seja, hoje investimos milhões em medicamentos caríssimos e, ainda assim, o simples fato de se mover de forma constante pode salvar mais vidas.
Isso não significa que o exercício substitua um tratamento oncológico. Nunca.
Isso significa que:
- Se você ainda não tem câncer, o movimento pode atuar como uma barreira poderosa.
- Se você já recebe tratamento, um plano de atividade adaptado pode melhorar sua qualidade de vida e, às vezes, a resposta terapêutica.
Em várias conversas com pacientes oncológicos, a frase que mais ouço quando se animam a se mover é:
“Sinto que recuperei um pouco de controle sobre o meu corpo”.
Esse matiz emocional também importa, e muito.
Inflamação, imunossenescência e defesas “velhas”: o que acontece com seu sistema imunológico 🧫
Com os anos e a falta de movimento, seu sistema imunológico entra em um processo chamado
imunossenescência.
Tradução ao idioma humano: suas células de defesa envelhecem e funcionam pior.
O que acontece nesse cenário?
- As células imunes “velhas” respondem mais devagar.
- Seu corpo mantém uma inflamação crônica de baixo grau.
- Esse ambiente inflamatório favorece o aparecimento e crescimento de tumores.
Neste estudo, a equipe focou em:
- Linfócitos T: soldados que reconhecem e atacam células perigosas.
- Células NK ou “natural killer”: especialistas em detectar e destruir células danificadas ou tumorais.
- Linfócitos B: encarregam-se de produzir anticorpos.
Quando os animais se exercitavam regularmente, os cientistas observaram:
- Aumento de linfócitos B, T e NK na medula óssea e órgãos linfoides.
- Menos genes relacionados ao envelhecimento imunológico.
- Menos moléculas proinflamatórias e mais fatores anti-inflamatórios.
Como detalhe curioso, identificaram uma proteína,
Mki67, que apareceu como um marcador interessante de envelhecimento nas células imunes.
Nos laboratórios, essa proteína poderia servir no futuro como uma espécie de “termômetro de idade” do sistema imunológico.
Algo muito importante:
os benefícios imunológicos do exercício começam a aparecer
pouco depois de cada sessão, mas se diluem se você voltar ao sedentarismo.
Por isso, sua defesa não depende do que você fez um mês, e sim do que repete quase todos os dias.
Quanta atividade física você precisa para reduzir o risco de câncer? 🎯
Aqui vem a pergunta que todos me fazem em consulta:
“Patricia, o que significa ‘atividade física suficiente’ na vida real?” Vamos colocar em termos práticos:
- Organismos de saúde recomendam pelo menos 150 minutos semanais de atividade aeróbica moderada, como caminhar rápido.
- Ou cerca de 75 minutos de atividade intensa, como correr leve ou praticar um esporte que te faça ficar ofegante.
- E pelo menos dois dias por semana de trabalho de força para grandes grupos musculares.
Agora, o que eu vejo na prática:
- Muitas pessoas passam de quase nenhum movimento para querer treinar como atletas em duas semanas. Acabam frustradas ou lesionadas.
- Outras acreditam que se não forem à academia, o exercício “não conta”.
Proponho algo mais realista, e que está de acordo com o que a ciência mostra:
- Comece com caminhadas diárias de quinze a vinte minutos.
- Suba escadas sempre que puder.
- Levante-se da cadeira pelo menos a cada hora e caminhe um pouco.
- Inclua dois dias por semana com exercícios simples de força: agachamentos, flexões apoiadas na parede, levantar-se e sentar-se de uma cadeira várias vezes.
A chave não está em se matar um dia na academia, e sim em
quebrar o ciclo do sedentarismo diariamente.
Como psicóloga sempre digo em oficinas:
não se pergunte “o que eu faço na segunda-feira?”
pergunte-se “o que eu posso repetir sem odiá‑lo daqui a três meses?”.
Como passar de vida sedentária a corpo em movimento sem morrer na tentativa 🚶♀️💼
O sedentarismo não nasce apenas da preguiça. Também surge por:
- Horários de trabalho eternos em frente à tela.
- Estresse crônico.
- Falta de energia mental.
- Crenças como “eu não sirvo para o esporte”.
Compartilho estratégias que funcionaram com muitos pacientes:
- Micro sessões de movimento
Não pense em uma hora seguida.
Faça três blocos de dez minutos distribuídos ao longo do dia. Seu corpo agradece igual ou mais.
- Associe movimento a hábitos fixos
Exemplo: toda vez que terminar de comer, caminhe cinco a dez minutos.
Cada ligação longa, faça-a em pé.
- Regra do mínimo ridículo
Comprometa-se com uma meta tão pequena que quase te dê risada: cinco minutos de caminhada diária.
Muitas pessoas começam com cinco e acabam em vinte, mas a mente aceita melhor o pequeno.
- Faça com que seja agradável para você
Música que você goste, um podcast interessante, um amigo para caminhar com você.
Seu cérebro se engaja mais quando associa o movimento com prazer.
- Organize seu ambiente
Deixe os tênis à vista.
Prepare a roupa na noite anterior.
Se tiver que procurar tudo justo antes de sair, o sofá vence você.
Em uma palestra para funcionários de escritório, propus um desafio:
quinze dias subindo sempre as escadas em vez de usar o elevador e dez minutos de caminhada após o almoço. No final do desafio, vários participantes me disseram:
Curioso? O corpo responde muito antes do que pensamos.
O que eu vejo em consulta: quando o movimento muda a história 🧠❤️
Conto algumas experiências, sem nomes, por confidencialidade.
Uma mulher de cerca de cinquenta anos procurou a consulta com obesidade, síndrome metabólico e histórico familiar de câncer de cólon.
Sentia medo, mas também bloqueio total: “não gosto de exercício, detesto academias”.
Não comecei dizendo “você tem que treinar”.
Começamos por:
- Caminhadas de dez minutos após o jantar.
- Pequenos ajustes nutricionais anti‑inflamatórios: mais verduras, menos ultraprocessados, melhor qualidade das gorduras.
- Trabalho psicológico com sua resistência à mudança e seu medo de “falhar de novo”.
Seis meses depois:
- Passou de dez para trinta minutos de caminhada na maioria dos dias.
- Seus exames mostraram marcadores inflamatórios mais baixos.
- Seu médico reduziu a medicação para a pressão.
- Ela me disse algo que resume o espírito deste tema:
“Não sei se evitarei o câncer, mas agora sinto que meu corpo luta comigo, não contra mim”.
Isso garante que ela nunca desenvolverá um tumor?
Não, a ciência não promete isso.
Mas sabemos algo com bastante segurança, graças a estudos como este:
- Quando você integra atividade física regular, diminui de forma clara a probabilidade de tumores ligados à inflamação.
- Também aumenta suas probabilidades de viver mais e melhor, mesmo que em algum momento apareça uma doença grave.
Como nutricionista e psicóloga, se tivesse que escolher três hábitos prioritários para diminuir inflamação e risco de câncer, eu escolheria:
- Atividade física diária (mesmo que modesta).
- Alimentação anti‑inflamatória rica em vegetais, frutas, leguminosas, gorduras saudáveis e mínima em ultraprocessados.
- Gestão do estresse e do sono, porque um corpo sem descanso também inflama.
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